Dados do Trabalho


Título

Retorno ao trabalho após hospitalização em unidade de terapia intensiva

Objetivo

Descrever o perfil, avaliar a prevalência e indicar obstáculos para retornar ao trabalho de pacientes que foram hospitalizados em UTI três meses após a alta.

Métodos

Estudo transversal, vinculado a uma coorte, conduzido em um hospital de grande porte do interior da Bahia, entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023. As informações relacionadas ao trabalho foram coletadas por meio de instrumento de caracterização social do trabalho e do ORTWQ (Obstacles to Return-to-Work Questionnaire). Os dados foram armazenados no REDCap e analisados no software SPSS, empregando-se estatística descritiva e medidas de centralidade e dispersão.

Resultados

Participaram 77 pacientes com idade mediana de 49 anos (IIQ 38,0 – 61,0), majoritariamente do sexo masculino (66,2%), cor parda (64,0%), sem ensino superior (90,9%), sem relacionamento conjugal (54,6%), católicos (49,4%), com renda mensal entre um e três salários mínimos (62,3%), admitidos por motivo clínico (57,7%), em estado grave estável (53,2%) e com permanência mediana de 5 dias (IIQ 1,0 – 3,0) na UTI. Em 90 dias pós-UTI, apenas 15,1% estavam trabalhando, os obstáculos percebidos para retorno ao trabalho referem-se a aumento da dor e necessidade de descanso, enquanto a relação familiar, com colegas de trabalho e a autopercepção foram satisfatórias para voltar a trabalhar.

Conclusão

Após três meses da alta da UTI, a maioria dos pacientes não conseguiu retornar ao trabalho. Impõem-se desafios diversos a esta situação tanto na dimensão pessoal e familiar, quanto nas esferas social e econômica.

Área

Epidemiologia

Autores

Vanessa Marcela Lima dos Santos, Kátia Santana Freitas, Aloísio Machado da Silva Filho, Vivian Manuela Lima dos Santos, Monneglesia Santana Lopes Cardoso, Camila Oliveira Valente, Daniela Cunha Oliveira, Raícia Santos Carneiro