Dados do Trabalho

Título

Comparação entre complicações na canulação de artéria radial versus braquial em uma Unidade de Terapia Intensiva

Objetivo

A canulação arterial é comumente utilizada em pacientes críticos para monitorização pressórica contínua. Com a ultrassonografia à beira-leito, houve aumento da punção braquial, apesar da incidência de complicações ser pobremente descrita na literatura. Objetivamos comparar a incidência de complicações entre sítios radial e braquial.

Métodos

Coorte unicêntrica retrospectiva comparando taxa de complicações entre canulação arterial radial e braquial em cenário de terapia intensiva.

Resultados

Foram incluídas 55 canulações arteriais, 45 radiais e 10 braquiais (81,8% e 18,2%), e avaliadas as complicações, considerando-se desfecho composto troca/retirada de dispositivo por infecção, disfunção ou isquemia de membro. O desfecho ocorreu em 8 pacientes (14,5%), 4 grupo radial (10%) e 4 (40%) braquial (OR 5.9699; 95% IC, 0.70 a 50.50). Os resultados se relacionaram com dose máxima de noradrenalina (micrograma/quilo/minuto), dose média de 0,2 grupo arterial versus 0,7 braquial (p<0.01) e sítio de punção, maior número de complicações braquiais (10% versus 50%; p<0.01). Na análise multivariada o tempo em horas de noradrenalina (tempo médio 24 grupo radial versus 38 braquial) relacionou-se com desfecho (OR 1.0182; 95% IC 0.99 a 1.04; p=0,054). Outras associações, além da dose máxima de noradrenalina, foram: ventilação mecânica (OR 0.4909; 95% IC, 0.01 a 20.30) e canulação braquial (OR 5.9699; 95% IC, 0.70 a 50.50). Tempo de permanência do cateter, comorbidades e outras medicações não mudaram desfechos.

Conclusão

Os resultados corroboram estudos prévios de menor taxa de complicações na canulação radial, porém permanece a necessidade de estudos adicionais visando mitigar eventual viés de seleção da canulação braquial em pacientes mais graves.