Dados do Trabalho


Título

Anos de vida perdidos com a doença ajustados pela incapacidade (DALY) da COVID-19 severa com base em dados de mortalidade e acompanhamento de até um ano após a alta da UTI.

Objetivo

Estimar o quantitativo de anos de vida perdidos com a doença ajustados pela incapacidade (DALY) da COVID-19 severa com base em dados de mortalidade incidência duração da síndrome pós-COVID em até um ano após a alta da UTI.

Métodos

Aplicação da métrica DALY a uma coorte ambispectiva de >18 anos internados por COVID-19 em UTIs de 7 hospitais de Curitiba/PR, entre março/2020 e dezembro/2021. O DALY foi calculado pela soma dos anos de vida perdidos devido à morte prematura (YLL), anos vividos com incapacidade (YLD) decorrente da doença aguda e YLD da síndrome pós-COVID. O YLL foi estimado multiplicando o número de óbitos pela expectativa de vida na idade da morte. O YLD da doença aguda foi o produto da prevalência populacional estimada com o peso de 0,655 (valor para infecção aguda que necessita de UTI). O YLD da síndrome pós-COVID foi o produto da incidência e duração da mesma pelo peso da incapacidade estabelecido para condições crônicas decorrentes de infecções, de 0,219.

Resultados

A taxa de mortalidade foi de 43,7% e 88% dos sobreviventes apresentaram síndrome pós-COVID, com duração mediana de 188 dias. A carga da COVID-19 severa foi estimada em 8347,29 DALYs por 1000 internados em UTI pela doença, consistindo em 98,4% de YLL e 1,6% de YLD. Estima-se 111,283 YLD decorrente da síndrome pós-COVID por 1000 sobreviventes, ou seja, 87,5% da carga da doença dos sobreviventes decore de sua fase crônica.

Conclusão

As estimativas do DALY da COVID-19 contribuem no esforço global pela quantificação da carga da doença.

Área

Epidemiologia

Autores

Paula Silva Barbosa, Luana Caroline Kmita, Amanda Christina Kozesinski-Nakatani , Marcelo Martins-Junior, Verônica Silva Barros, Álvaro Réa-Neto, Auristella Duarte de Lima Moser, Rafaella Stradiotto Bernardelli