Dados do Trabalho
Título
Utilização de imunoglobulina humana no tratamento da Síndrome de Miller Fisher
Descrição do caso
A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma das causas mais comuns de fraqueza aguda adquirida e é desencadeada por uma resposta imune a uma infecção anterior ou outro evento de forma cruzada com epítopos compartilhados no nervo periférico. A variante clínica da SGB, Síndrome de Miller Fisher (SMF), é caracterizada por oftalmoplegia, ataxia e arreflexia, que pode ocorrer de forma incompleta. Trata-se de um paciente de 72 anos, sexo masculino com quadro progressivo de disartria, queda de pálpebra, seguido de disfagia e relato de síndrome gripal antecedendo a internação em uma semana. Ao exame físico foi observada uma síndrome de múltiplos nervos cranianos com comprometimento dos IV, III, VII nervos cranianos à esquerda e dos IX e XII pares cranianos. Pelo risco cardiovascular do paciente (idade, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, cardiopatia prévia) ele foi investigado inicialmente para quadro vascular (Acidente vascular cerebral), com tomografias e ressonâncias de crânio sem alterações agudas que justificassem a clínica. A punção liquórica foi realizada para investigar causas inflamatórias e infecciosas. O líquor identificou uma dissociação proteino-citológica, além de culturas e pesquisas infecciosas negativas, permitindo diagnóstico de doença inflamatória do sistema nervoso, uma polineuropatia aguda, imunomediada, com comprometimento de nervos cranianos, a SMF, variante clínica da Síndrome de Guillain-Barré. O tratamento de escolha para as poineuropatias agudas imunomediadas é o uso de imunoglobulina humana na dose de 2g/Kg/dia durante 5 dias, que após ser realizado demonstrou melhora progressiva dos sintomas. Conclui-se que a utilização da imunoglobulina humana é eficaz no tratamento da SMF.
Área
Neurointensivismo
Autores
Moara Borges Araújo Arruda, Bárbara Reimann Oliveira, Érika Lopes Honorato, Sânzio Dupim Soares, Flávia Bittar Britto Arantes, Rodrigo Junqueira da Cunha