Dados do Trabalho

Título

Manejo de paciente puérpera, submetida a histerectomia após acretismo placentário, que evoluiu para sepse de foco abdominal e esteve sob cuidados em unidade de terapia intensiva

Descrição do caso

O acretismo placentário é uma condição caracterizada por invasão trofoblástica anormal da placenta no miométrio, mais comum em locais de cicatrização uterina, onde pode haver defeitos da decidualização, explicando a atenção exigida para gestações posteriores a cesarianas. Na ocorrência dele, é comum hemorragias causadoras de cesárias de emergência e a realização de histerectomia puerperal na tentativa de evitar a morbidade materna. Apresentamos um caso de paciente, 43 anos, G4P3C2A1, em puerpério tardio (12°D) diagnosticada com placenta prévia via ultrassom gestacional 37 dias antes da próxima internação, com cicatriz de histerrografia prévia em borda lateral esquerda, local correspondente ao acretismo focal. Após cesária de emergência decorrente de sangramento vaginal, foi realizada histerectomia total, sem sinais de complicações e pós operatório sem intercorrências. Uma semana depois da alta, foi internada na UTI apresentando hipotensão refratária, procedida com ascensão de noradrenalina e vasopressina. Foi realizado ultrassom beira leito, apresentou ventrículo esquerdo hiperdinâmico, dilatação de átrios direito e esquerdo, leve hipocalemia nos exames laboratoriais, anemia aguda grave, plaquetopenia, hiperlactatemia e aumento de transaminases hepáticas. Tanto a hemocultura quanto a urocultura positivaram para E. coli, responsável pela sepse abdominal. Apresentou suspeitas de trombo no ventrículo esquerdo e trombo embolia pulmonar. Logo depois, teve duas paradas cardiorrespiratórias, sendo realizada a reanimação cardiopulmonar, sem sucesso na última parada e a paciente foi a óbito. Esse caso nos alarma para a importância do manejo correto de pacientes puérperas em unidades de terapia intensiva, a fim de reduzir a taxa de complicações e de mortalidade materna.