Dados do Trabalho
Título
A obesidade impacta a funcionalidade na alta da UTI em pacientes clínicos submetidos à ventilação mecânica? Retrato de um hospital público secundário
Objetivo
Avaliar se a obesidade impacta na funcionalidade na alta da unidade de terapia intensiva (UTI) dos pacientes clínicos submetidos a suporte ventilatório invasivo.
Métodos
Estudo retrospectivo, por meio de análise de prontuários de um hospital público do interior de São Paulo de janeiro-2022 à junho-2023. O grau de funcionalidade foi determinado pela Escala de Mobilidade em UTI (EMU) na alta, variando de 0 (nenhuma funcionalidade) até 10 (deambulação independente). Os indivíduos foram alocados em dois grupos: obesidade (IMC ≥30) e eutróficos (IMC <30). Foi utilizado SAPS3 para verificar mortalidade e SOFA para disfunção orgânica.
Resultados
Foram incluídos 148 pacientes, distribuídos em grupo obesidade (n=58, SAPS3 = 60,62±17,26, SOFA = 6,08±3,58) e grupo eutrófico (n=90, SAPS3 = 55,15±13,96, SOFA = 5,18±3,45), a amostra foi homogênea em relação ao sexo, idade e SOFA. Houve diferença estatística na distribuição do SAPS3, com o grupo obesidade com maior probabilidade de óbito (p=0,036). Não houve diferença significativa entre a funcionalidade do grupo obesidade (EMU 4,24±2,57) quando comparado ao grupo eutrófico (EMU 4,23±2,40), com p=0,985.
Conclusão
Este estudo sugere que a obesidade não interfere na funcionalidade dos pacientes, quando comparados ao grupo eutrófico, uma vez que ambos alcançaram o ortostatismo (EMU=4) na alta da UTI. Mesmo observando na prática clínica uma maior dificuldade para mobilização de pacientes obesos, um protocolo de mobilização estruturado, fisioterapia 24 horas/dia e equipe multiprofissional participativa, demonstram ser aspectos positivos na funcionalidade na alta.
Área
Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica
Autores
Larissa Reis Sousa, Beatriz Coelho Souza, Matheus Furlan Paulo, Dayane Paula Silva, Simone Freiria, Carlos Eduardo Lopes Almado, Gustavo Jardim Volpe, Marcos Carvalho Borges