Dados do Trabalho


Título

ECMO durante PCR refratária - caso de ECPR no conforto médico de um centro cirúrgico

Descrição do caso

Masculino, 34 anos, médico, previamente hígido cursou com PCR intra-hospitalar, manifestando-se inicialmente como uma possível convulsão. Colegas do seu ambiente de trabalho (centro cirúrgico) prestaram atendimento imediatamente e observaram ausência de pulso. Iniciou-se a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e após monitorização detectou-se fibrilação ventricular (FV), sendo prontamente desfibrilado com 200J. Cursou com ritmos não chocáveis e manteve-se a RCP por cerca de 120 minutos; onde foi transportando em RCP para implante de ECMO. Antes de ser transferido a UTI, foi submetido a angiotomografia de crânio e tórax, sendo ambas normais. Realizou-se coronariografia que não demonstrou lesões coronarianas obstrutivas. Todos os exames de investigação etiológica para a causa da PCR foram negativos, bem como exames toxicológicos. Na UTI foram adotas medidas neuroproteroras, com controle direcionado de temperatura, controle rígido de eletrólitos e glicemia, eletroencefalograma contínuo e sedação. Eletrocardiograma em ritmo sinusal com prolongamento de QT. 24 horas após o evento, com ECMO em parâmetros compatíveis com a decanulação. Após 2 dias repetiu-se a tomografia de crânio que não apresentava alterações. Cinco dias após o evento iniciou-se a transição de sedação e 48h após o paciente despertou, obedecendo a comandos e sem déficit neurológico aparente, sendo extubado. Foi submetido a estudo eletrofisiológico que não evidenciou alterações na condução elétrica e então foi implantado cardiodesfibrilador (CDI) subcutâneo 13 dias após o evento. Recebeu alta hospitalar sem déficit neurológico, deambulando, alimentando-se por via oral e com força muscular parcialmente recuperada.

Área

Emergências e Coronariopatias

Autores

Andre Gasparoto, Thomaz Ceglias, Douglas Rossoni, Rodrigo Moreira, Viviane Cordeiro Veiga