Dados do Trabalho

Título

Correlação do posicionamento em prona e a funcionalidade na alta da Unidade de Terapia Intensiva em pacientes com COVID-19 em um hospital público do interior de São Paulo

Objetivo

Avaliar se o posicionamento em prona impacta na funcionalidade na alta da unidade de terapia intensiva (UTI) dos pacientes submetidos a suporte ventilatório invasivo com diagnóstico de COVID-19 grave.

Métodos

Estudo retrospectivo realizado através da coleta de dados secundários de um hospital público do interior de São Paulo no período de janeiro-2021 a junho-2023. O grau de funcionalidade foi determinado pela Escala de Mobilidade em UTI (EMU) na alta, variando de 0 (nenhuma funcionalidade) até 10 (deambulação independente). Os indivíduos elegíveis foram alocados em três grupos com relação ao número de posicionamentos em prona: G1 = nenhuma; G2 = 1 à 3; e G3 >3 pronas. A gravidade foi calculada pelos índices SAPS3 e SOFA.

Resultados

Foram incluídos 148 pacientes distribuídos em G1 (n=40, SAPS3 = 57,55±17,98, SOFA = 5,32±3,70), G2 (n=73, SAPS3 = 56,13±14,45, SOFA = 5,16±3,28) e G3 (n=35, SAPS3 = 59,42±14,82, SOFA = 6,57±3,69). Houve diferença significativa entre a funcionalidade dos pacientes em G3 (EMU = 3,02±2,40) quando comparados ao G1 (EMU = 4,55±2,12) e G2 (EMU = 4,64±2,50) p=0,003.

Conclusão

Pacientes com COVID-19 grave com necessidade de 4 ou mais pronas sofreram impacto na funcionalidade na alta da UTI, quando comparados aos outros grupos, alcançando sedestação a beira leito. Em contrapartida, pacientes com até 3 pronas quando comparados com pacientes não-pronados, não apresentaram diferença na funcionalidade na alta, alcançando o ortostatismo. Podemos atribuir esses achados a um protocolo de mobilização precoce estruturado, com fisioterapia 24h/dia e equipe multiprofissional participativa, influenciando positivamente no desfecho desses pacientes.