Dados do Trabalho


Título

SDRA por COVID-19 na gestação – Relato de caso

Descrição do caso

Introdução: A gestação pode conferir maior vulnerabilidade a doenças ou evolução para formas mais graves. Cerca de 7% das gestantes com COVID necessitam de assistência em unidade de terapia intensiva (UTI) com taxa de óbito de 2%.

Relato de caso: Paciente 20 anos, negra, obesa, G1P0A0, 20 semanas de gestação. Internada em UTI devido a síndrome respiratória aguda grave por COVID-19, com taquidispneia, necessidade O2 (6L/min) e ventilação não invasiva. Exame de imagem evidenciava vidro fosco difuso, associados a extensas áreas de condensação. Paciente evoluiu com declínio progressivo, necessidade de ventilação mecânica (VM), sedação profunda, bloqueio neuromuscular e posição PRONA, uso de aminas vasoativas (noradrenalina) com evolução e melhora após 10 dias. Após 14 dias, mantinha necessidade de VM, iniciou febre, piora do padrão ventilatório, leucocitose (18.700), infiltrado novo ao RX de tórax, elevação de procalcitonina e edema em MID. Após coleta de culturas, foi optado por escalonamento antibiótico (meropenem, amicacina e vancomicina) devido a suspeita de PAVM e realizado Doppler de MID que confirmou suspeita clínica de TVP, devido a gravidade, não foi possível realização de Angio tomografia de tórax. Foi, então, iniciado anti coagulação plena com enoxaparina. Realizado traqueostomia. Paciente evoluiu com melhora gradativa do padrão ventilatório, com desmame de VM finalizado após 19 dias. Recebeu alta da UTI após 32 dias (25 semanas). Avaliação obstétrica seriada evidenciou feto com crescimento e desenvolvimento no percentil 40.
Conclusão: SDRA por COVID na gestação confere maior desafio terapêutico a equipe assistencial. Está associado a maiores complicações fetais e maternas.

Área

Sepse

Autores

Tatiany Lopes Lessa, Maria Eduarda Lopes Afonso, Júlia Monteiro Novaes, Margareth Fujimoto, Viviane Bogado Leite Torres