Dados do Trabalho

Título

Pacientes idosos frágeis com COVID-19: qual o impacto das comorbidades prévias em seu desfecho?

Objetivo

Avaliar o padrão de apresentação e o impacto das comorbidades encontradas em grupo de pacientes idosos com COVID-19 grave internados em uma UTI.

Métodos

Estudo de coorte histórica, envolvendo idosos(>65 anos), frágeis (índice de fragilidade modificada MFI>3) internados em uma UTI privada do município de João Pessoa-PB.

Resultados

75 idosos, 39(52%) masculino, com 78(70-84) anos, SAPS3 70(65-76), SOFA 4(3-7), MFI 4(3-5) e índice de comorbidade de Charlson 3(2-5), com um Lung Ultrasound Score inicial de 17(13-23,75) e uma relação PaO2/FiO2 192 (135-294). Destes, 5(6,7%) foram classificados como independentes previamente à doença, 44(58,7%) com necessidade de assistência para as atividades, 26(34,7%) acamados, sendo que 21(28%) tinham diagnóstico de demência. 90,7% hipertensos, 54,7% diabético. Destes, 33(68,8%) utilizaram VNI e 40(53,3%) foram submetidos a suporte VI. Em análise de regressão multivariada, foram encontrados como potenciais fatores de risco para óbito: DM (OR 2,100, p=0,281, IC95% 0,546-8,084), demência (OR 3,227, p=0,133, IC95% 0,701-14,863), AVC (OR 6,007, p=0,130, IC95% 0,589-61,272), Asma (OR 3,979, p=0,268, IC95% 0,345-45,831) e o índice de comorbidade de Charlson (OR 1,356, p=0,064, 0,983-2,083). 51(68%) evoluíram para óbito.

Conclusão

A presença de um número maior de comorbidades foi encontrada em idosos que evoluíram para óbito, sobretudo DM, HAS e demência. O índice de comorbidade de Charlson foi mais elevado naqueles que não sobreviveram à internação. Houve uma tendência que a presença dessas comorbidades de modo isolado poderia ser relacionado a um possível aumento do risco de óbito, assim como o incremento do valor do índice de Charlson.