Dados do Trabalho

Título

Recuperação neurológica completa após pulsoterapia e plasmaférese precoces em paciente pediátrico com encefalite autoimune

Descrição de Caso Clinico

Após as causas infecciosas, os distúrbios autoimunes consistem na segunda etiologia mais frequente de encefalite aguda em pediatria. No entanto, as encefalites autoimunes (EAI) ainda são diagnosticadas tardiamente, atrasando o tratamento específico e acarretando pior prognóstico ao paciente.

O primeiro episódio de EAI pode ser desencadeado por infecções, e o vírus Influenza é um dos patógenos envolvidos nessa fisiopatologia. Como a pesquisa de anticorpos específicos é pouco disponível, e seu resultado muitas vezes é tardio, critérios clínicos devem guiar a imunoterapia empírica, que inclui corticoide em altas doses, associado a imunoglobulina e/ou plasmaférese.

Neste trabalho relatamos o caso de um menino de 13 anos de idade, admitido na UTI por insuficiência respiratória aguda após infecção por Influenza A. O paciente evoluiu com agressividade, afasia, rebaixamento de nível de consciência e convulsões. Foram excluídas infecções pelas culturas e pesquisas virais no líquor e sangue, e doenças estruturais por neuroimagem.

No 6°dia de evolução foi iniciada pulsoterapia, e no 11° dia o tratamento com plasmaférese. Após 48h da primeira sessão de plasmaférese houve melhora completa do nível de consciência, e em 72h o paciente já não apresentava nenhum déficit neurológico, recebendo alta para enfermaria após 18 dias de internamento, e em seguimento ambulatorial por 5 meses se mantevem sem sintomas e sem recidivas.

Com este relato de caso objetivamos aumentar a conscientização sobre o diagnóstico e tratamento precoces da encefalite autoimune, abordando o manejo na terapia intensiva, e ressaltando a importância da imunoterapia precoce como fator para melhor prognóstico desses pacientes.