Dados do Trabalho


Título

Fatores associados a perda de mobilidade e mortalidade em pacientes críticos

Objetivo

Verificar os fatores associados a perda de mobilidade em pacientes críticos e a associação com a mortalidade após alta da UTI.

Métodos

Estudo observacional e prospectivo realizado em 3 UTIs da instituição que avaliou 1.512 pacientes. Foram incluídos todos os pacientes com mais de 48 horas de internação na UTI e foram excluídos pacientes com idade<18 anos, incapazes de andar de forma independente antes da hospitalização, estado terminal/fim de vida ou com perda de dados. A mobilidade foi avaliada pela escala de mobilidade na UTI (IMS) que tem pontuação entre 0 (ausência de mobilização) a 10 (deambulação independente). Os pacientes foram categorizados em baixa (IMS=0 a 2), moderada (IMS=3 a 5) e alta mobilidade (IMS=6-10) e foi mensurada: 30 dias antes da admissão e alta da UTI. Foram avaliados diagnóstico de internação, SAPS3, SOFA, comorbidades, exames laboratoriais, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, entre outros.

Resultados

Aproximadamente 50% dos pacientes perderam um ponto na escala de mobilidade e 15% dos pacientes desceram uma faixa de mobilidade quando comparado com 30 dias antes da admissão (p<0,05). Após a análise de regressão somente o SAPS3 esteve associado com a perda da faixa de mobilidade (OR 1,025, IC:1,008-1,041, p=0,003). Quando analisado a mortalidade após alta da UTI, o único fator independentemente associado à mortalidade foi a perda de mobilidade (OR 2,84, IC:1,50-5,39, p<0,001).

Conclusão

O SAPS3 esteve associado com a perda de mobilidade nos pacientes sobreviventes de UTI e esta perda de mobilidade verificada pela escala IMS foi associada com a mortalidade após alta da UTI.

Área

Insuficiência respiratória e ventilação mecânica

Autores

Rodrigo Cerqueira Borges, Cristiane Helena Papacidero, Mauricio Kenzo Tobara, Camila Botana Alves Ferreira, Andrey Wirgues Sousa, Vanessa Chaves Barreto Lima