Dados do Trabalho

Título

Nonagenários admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI): análise da possível associação do sexo, do índice de massa corpórea (IMC) e de exames laboratoriais do primeiro dia de internação com a mortalidade hospitalar

Objetivo

Pacientes muito idosos, inclusive os nonagenários, representam proporção crescente entre a população internada nas UTIs brasileiras e mundo afora. Não há entretanto uniformidade nos processos de triagem e admissão. O objetivo deste estudo foi conhecer melhor a população de nonagenários internados numa UTI privada e observar a correlação entre o sexo, o IMC e variáveis laboratoriais do primeiro dia de internação (D1) com a mortalidade hospitalar.

Métodos

Estudo retrospectivo com dados coletados referentes aos anos de 2022 e 2023 em prontuário eletrônico (TASY). Registrado o IMC médio dos pacientes que sobreviveram ou não à internação assim como as seguintes variáveis laboratoriais do D1: hematócrito, hemoglobina, creatinina, PCR, sódio, potássio, leucometria e contagem de plaquetas. Comparadas as médias dos dois grupos com teste-T.

Resultados

182 (125 mulheres, 68,7%) internações de nonagenários no período com mortalidade hospitalar de 20,3%. Mortalidade semelhante em homens e mulheres (19,3 vs 20,8%, p=NS).
O IMC médio foi 24,2(DP=4,2) Kg/m2 e resultou semelhante nos dois grupos, assim como hematócrito, hemoglobina, sódio, potássio e contagens de leucócitos e plaquetas. A creatinina foi superior no grupo de pacientes que morreram (1,92 vs 1,35 mg/dl; p<0,001) e a PCR também mais elevada neste grupo (105,67 vs 47,89 mg/l; p<0,001).

Conclusão

Pacientes nonagenários internados em uma UTI privada tiveram mortalidade de 20,3%, semelhante entre homens e mulheres. A creatinina e a PCR coletados no D1 foram em média significativamente maiores no grupo de pacientes que faleceu enquanto o IMC e as demais variáveis laboratoriais foram semelhantes entes estes e os que sobreviveram à internação.