Dados do Trabalho

Título

Mortalidade e desfecho funcional na alta hospitalar de idosos vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE) admitidos em UTI: coorte prospectiva

Objetivo

Avaliar mortalidade e desfecho funcional na alta hospitalar de pacientes idosos admitidos por TCE em UTI.

Métodos

Coorte prospectiva de pacientes vítimas de TCE com ≥60 anos, admitidos em UTI de 2019 a 2023. Pacientes com hematoma subdural crônico foram excluídos. Coletamos dados clínico-epidemiológicos prospectivamente. O desfecho funcional dos sobreviventes, avaliado através da Glasgow Outcome Scale-Extended (GOSE) e da Escala de Barthel, foi coletado retrospectivamente conforme prontuário. Avaliamos a associação entre variáveis clínico-epidemiológicas e mortalidade hospitalar por regressão logística múltipla.

Resultados

Incluimos 145 pacientes, com idade mediana de 77 anos (IQR 68-83): 69% do sexo masculino e 78,6% previamente independente (ECOG 0-1). O SAPS3 médio foi 62,5 (+-13.1) e os principais mecanismos de trauma foram quedas de baixa (52,4%) e alta energia (21,7%), seguido por atropelamento (16,8%). A mediana da escala de coma de Glasgow (GCS) foi 10 (IQR 6-14), sendo mais frequentes Marshall V (59,3%) e II (26.9%). A mortalidade hospitalar foi de 55,9%. Idade (OR=1,07, IC95%=1,01-1,12), GCS (OR=0.80, IC95%=0,71-0,89), SOFA extra-neurológico (OR=1,19, IC95%=1,02-1,39), número de traumas extra-cranianos (OR=1,40, IC95%=0,97-2,00) e contusão na tomografia admissional (OR=2,33, IC95%=1,06-5,15) foram associados com óbito hospitalar. Dentre os sobreviventes, 3% apresentavam estado vegetativo, 94% incapacidade grave (GOSE3=64% e GOSE4=30%) e 3% incapacidade moderada inferior na alta hospitalar. Pela escala de Barthel, 67% apresentavam dependência total, estando apenas 2% independente.

Conclusão

Idosos vítimas de TCE admitidos em UTI apresentam elevada mortalidade, estando a maioria totalmente dependente na alta hospitalar.