Dados do Trabalho


Título

Choque obstrutivo após plasmaférese: um relato de caso

Descrição do caso

O choque circulatório representa a via final comum de falência cardiovascular, manifestando-se pela hipoperfusão de órgãos, mais evidente na pele e na periferia, nos rins e no cérebro. A identificação imediata do choque é essencial para que seja iniciado o manejo agressivo e adequado, e o tratamento apropriado se deve à boa compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos. Mulher de 50 anos foi internada por neuromielite óptica, e foi optado pela realização de pulsoterapia e plasmaférese. Um dia após a primeira sessão de plasmaférese, paciente evoluiu com mal estar, tontura, sudorese, palidez cutânea, tempo de enchimento capilar prolongado, hipotensão e taquicardia. Apresentou também dor em região posterior de hemitórax esquerdo, taquipneia e hipoxemia. Não houve resposta adequada à expansão volêmica inicial, com necessidade de vasopressor. Os exames de imagem de tórax não evidenciaram sinais de tromboembolismo pulmonar e pneumotórax. Realizada coleta de culturas e iniciada antibioticoterapia empírica. Após a admissão na Unidade de Terapia Intensiva, realizado ecocardiograma para diferenciação da etiologia do choque, com identificação de derrame pericárdico com sinais de repercussão hemodinâmica. A reavaliação minuciosa da tomografia computadorizada apontou lesão do átrio direito pelo cateter de diálise, inserido na veia jugular interna direita para plasmaférese. Paciente submetida a esternotomia, rafia do átrio direito e drenagem pericárdica pela equipe de Cirurgia Cardíaca. Nosso caso destaca um quadro incomum de choque obstrutivo, relacionado à inserção de cateter de diálise. A detecção e o suporte adequados dos pacientes com choque continuam sendo um desafio a todos os envolvidos em terapia intensiva.

Área

Choque e monitorização hemodinâmica

Autores

Seok Woo Shin, Yoon Ji Shin, Natali Baltieri, Antonio Francisco de Oliveira Neto, Deny Glauber Pereira, Luciana Tiziani Silva