Dados do Trabalho

Título

Nutrição enteral na Amazônia: desafios e resultados de adequação nutricional em UTI no Acre

Objetivo

Analisar a adequação nutricional e os desfechos clínicos de pacientes em UTI no Acre, oferecendo uma visão detalhada da nutrição enteral na Amazônia.

Métodos

Estudo observacional, retrospectivo, realizado em uma UTI de referência no Acre. Foram analisados dados de prontuário de 19 pacientes, internados por um período superior a 3 dias e que receberam nutrição enteral, entre maio a julho de 2024. A adequação nutricional foi medida pela proporção entre calorias e proteínas prescritas e infundidas, considerando-se adequadas as proporções superiores a 80%. A comparação entre calorias e proteínas prescritas e infundidas foi feita pelo teste t de Student, e a correlação entre variáveis contínuas foi avaliada pela correlação de Spearman. Os desfechos clínicos analisados incluíram tempo de permanência na UTI, intercorrências clínicas e mortalidade.

Resultados

Houve uma adequação de 88% para calorias e 87,9% para proteínas até o 7º dia ou desfecho clínico. No entanto, apenas 15,8% dos pacientes atingiram a meta calórica, enquanto 78,9% alcançaram a meta proteica, com diferenças significativas entre os valores calculados, prescritos e infundidos (p<0,001). O tempo de permanência correlacionou-se significativamente com a média de calorias (rs=0,553, p=0,014) e proteínas (rs=0,657, p=0,002) prescritas e infundidas, e estas também estiveram associadas a intercorrências de infusão (rs=0,475, p=0,040; rs=0,600, p=0,007). Demais desfechos não apresentaram associação significativa.

Conclusão

Apesar dos desafios únicos da Amazônia, a adequação nutricional pode ser eficaz com um monitoramento mais rigoroso da nutrição. Estudos futuros, com amostras mais amplas, são essenciais para uma análise mais precisa da associação entre adequação nutricional e desfechos clínicos dos pacientes.