Dados do Trabalho


Título

Avaliação da Função Cardiopulmonar 12 Meses Após Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo por COVID-19: Achados de um Estudo Multicêntrico Caso-Controle

Objetivo

Avaliar efeitos de longo prazo na função cardiopulmonar em sobreviventes de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) por COVID-19.

Métodos

Estudo de caso-controle prospectivo multicêntrico realizado em 4 centros no Brasil entre agosto de 2022 e setembro de 2023. Ao todo, 114 pacientes adultos sobreviventes de SDRA por COVID-19 (casos) e 115 familiares sem história de COVID grave (controles) foram incluídos. Todos os participantes foram submetidos a teste de difusão com monóxido de carbono (DLCO), espirometria, teste cardiopulmonar por ergoespirometria (TCPE) e tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) de tórax 12 meses após alta dos casos.

Resultados

Casos e controles apresentaram mediana de idade (54 vs. 53 anos, p=0.35) e proporção de sexo feminino (48% vs. 47%, p=0.94) semelhantes. A DCLO foi menor entre os casos (6.8 vs. 7.3 mmol/min/Kpal, p=0.007), assim com a DCLO predita (81% vs. 89%, p<0.001). Na espirometria, o VEF1 predito foi menor entre os casos (87% vs. 93%, p=0.009), assim como a capacidade vital forçada predita (78% vs. 87%, p<0.0001). No TCPE, o VO2 pico foi menor entre os casos 22 ml/kg/min vs. 26, p<0.0001, assim como a VO2 predita (88 vs. 98, p=0.001). Na TCAR de tórax, infiltrado em vidro fosco foi mais frequente entre os casos (53% vs. 16%, p<0.0001.)

Conclusão

Em comparação com controles familiares de mesmo gênero e sexo, pacientes sobreviventes de SDRA por COVID-19 apresentam redução da função pulmonar e da capacidade funcional e maior proporção de alterações de parênquima pulmonar 12 meses após a alta hospitalar.

Área

Insuficiência respiratória e ventilação mecânica

Autores

Geraldine Trott, Fernando Luís Scolari, Marciane Maria Rover, Denise de Souza, Aline Paula Miozzo, Jennifer Menna Barreto de Souza, Gabrielle Nunes da Silva, Regis Goulart Rosa