Dados do Trabalho

Título

Avaliando Respostas à Posição Prona em Pacientes com Variações na Complacência Pulmonar e Falência Respiratória Aguda: Um Estudo Prospectivo

Objetivo

Avaliar as respostas na oxigenação e hemodinâmicas à posição prona em pacientes com falência respiratória aguda e diferentes variações na complacência pulmonar.

Métodos

Coorte prospectivo multicêntrico realizado durante a pandemia de COVID-19 em pacientes em ventilação mecânica invasiva na UTI, sendo necessária pronação para melhor oxigenação. Excluídos pacientes com instabilidade hemodinâmica, fraturas instáveis, tórax aberto e gravidez acima de 32 semanas. Parâmetros hemodinâmicos, gasometria arterial e dados da mecânica ventilatória foram avaliados antes e 2 horas após pronação.

Resultados

218 pacientes foram incluídos na análise final. Idade média: 58,2 ± 13,7 anos, 58,7% homens e IMC médio: 29,1 ± 8,1 kg/m². A relação PaO₂/FiO₂ aumentou na posição prona (94,5 [73,5-118,0] para 146,0 [110,0-187,3]; p<0,001), com maiores benefícios no grupo de alta complacência (p=0,02). Níveis de creatinina foram menores no grupo de baixa complacência (0,9 mg/dL vs. 1,255 mg/dL; p=0,003) e os níveis de PCR foram mais altos (80,5 mg/dL vs. 29,31 mg/dL; p=0,015). Sexo feminino (OR=7,58; IC 95% 3,3-17,5) e dias de internação antes da intubação (OR=1,3; IC 95% 1,1-1,5) foram associados à menor complacência. PEEP elevada (HR=1,138; IC 95% 1,037-1,249) e complacência pós-prona <30 mL/cmH₂O (HR=1,740; IC 95% 1,086-2,787) foram associadas à mortalidade na UTI. Preditores independentes na mortalidade hospitalar: PEEP elevada (HR=1,168; IC 95% 1,063-1,282); Complacência pós-prona <30 mL/cmH₂O (HR=1,778; IC 95% 1,124-2,811); Maiores frequências respiratórias antes da prona (HR=1,044; IC 95% 1,004-1,085).

Conclusão

A posição prona melhora oxigenação e mecânica pulmonar, especialmente em pacientes com maior complacência. Pacientes com menor complacência apresentam respostas inflamatórias mais intensas e pior prognóstico.