Dados do Trabalho
Título
Impacto da proporção de médicos intensivistas nas UTI: uma análise da mortalidade e permanência média das internações no Brasil em 2023
Objetivo
Avaliar a correlação entre a proporção de médicos intensivistas (especialistas) por 10 leitos de UTI, permanência média e mortalidade nas UTI no Brasil no ano de 2023.
Métodos
Foram obtidos dados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e no Sistema de Informações Hospitalares via dataSUS. Calculou-se a proporção de médicos intensivistas por 10 leitos de UTI, a permanência média e mortalidade nas UTI, no Brasil. Em seguida, realizamos uma análise de associação entre essas variáveis, calculando o coeficiente de correlação de Spearman, no JAMOVI, com nível de significância de 5%.
Resultados
No Brasil, em dezembro de 2023, estavam registrados 4018 médicos intensivistas (especialistas) com status ativo no CNES, sendo 53,31% deles atuando na região Sudeste. Apenas 37,04% dos estados brasileiros apresentaram proporções suficientes de médicos intensivistas por 10 leitos de UTI (≥ 1) segundo Resolução da Diretoria Colegiada nº 7 de 24/02/2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Observou-se que, em 2023, houve correlação inversamente proporcional entre a proporção de MI por leitos de UTI e a mortalidade nas UTI (ro = -0,154; p = 0,442) e uma correlação diretamente proporcional entre a mortalidade e a permanência média nas UTI (ro = 0,538; p = 0,004).
Conclusão
Os estados brasileiros com uma maior permanência média de internação na UTI apresentaram um maior risco de mortalidade em 2023. Em contrapartida, não foi demonstrado aumento do risco de mortalidade com a baixa proporção de MI por leito de UTI, porém o número amostral insuficiente, no estudo, pode ter contribuído com esta conclusão.
Área
Epidemiologia
Autores
Marina Rangel Justiniano, Tamiris Rosa Romer, Lorreine dos Santos Cursino Ferreira, Amanda Carvalho Pinheiro, Mariana Riscado Ramos Gomes, Chiara Silva Leal, Celso Dias Coelho