Dados do Trabalho


Título

Hiperlactatemia: relação com mortalidade e choque séptico na COVID-19

Objetivo

Verificar a associação das medidas séricas de lactato com a progressão da infecção por COVID-19 em relação a marcadores inflamatórios, choque, hipotensão e óbito.
 

Métodos

Estudo de coorte com 1371 pacientes com formas graves ou críticas de COVID-19 que foram divididos em quatro grupos de acordo com quartis de lactato sérico (mmol/L) nos primeiros dois dias de internação: G1 ≤1,7; G2 >1,7≤ 2,1; G3 > 2,1 ≤ 2,7 e G4 >2,7. Níveis séricos de proteína C-reativa (PCR), procalcitonina (PCT) e desidrogenase-láctica (DHL) foram correlacionados com os níveis séricos de lactato. Hipotensão foi considerada quando houve registro do uso de vasopressor e o desfecho primário foi a mortalidade hospitalar. Foi considerado um intervalo de confiança de 95%.

Resultados

As taxas de mortalidade foram de 23% no grupo G1, 31% no G2, 38% no G3 e 51% no G4 (p<0,001). Tendo como referência G1, o risco relativo de morte foi de 1.37 (0.98-1.88) para G2, 1.66  (1.23-2.23) para G3 e 2.21 (1.68-2.96) para G4. A ausência de hipotensão diminuiu o risco de morte em todos os grupos: G1 0.23 (0.119-0.437), G2 0.18 (142-0.313), G3 0.17 (0.107-0-278) e G4 0.21 (0.142-0313). Testes de correlação e heatmaps demonstraram forte correlação entre as dosagens de lactato e biomarcadores em G4, sendo R de 0.94 (p<0.001) para PCR, 0.97 (p<0.002) para DHL e 0.96 (p=0.004) para PCT.

Conclusão

Níveis de lactato em elevação, mesmo que modestos, associa-se a maior risco de morte. A ausência de hipotensão diminuiu risco de morte mesmo nos grupos com hiperlactatemia mais graves. 

Área

Choque e monitorização hemodinâmica

Autores

Mariana Mendes Justiça, Joelma Villafanha Gandolfi, Tiago Henrique, Luana Fernandes Machado, Suzana Margareth Lobo