Dados do Trabalho


Título

Cuidados intensivos em estado anepático com uso de sistema artificial de suporte hepático por 39h : um relato de caso

Descrição do caso

O transplante hepático é uma intervenção que muda desfecho de diversos pacientes. A disfunção
primária do enxerto após o transplante é uma situação de alta mortalidade, com valores maiores que
50%. Nesse cenário, o estado anepático pode ser necessário, alcançado através da hepatectomia
total com um shunt portacaval temporário, servindo como uma ponte para o retransplante. A
máxima sobrevida relatada é de 67h, tornando-se um desafio garantir a chance do retransplante. Um
paciente de 49 anos, sexo masculino, antecedente de hepatopatia por hepatite B e presença de
carcinoma hepatocelular realiza transplante hepático em 21 de maio de 2024 com disfunção
primária de enxerto e indicação de retransplante nas primeiras 24h. Elevadas doses de noradrenalina
e vasopressina, além da presença de sangramento em cavidade abdominal com coagulopatias.
Optado por retirada de enxerto em 22 de maio. Paciente permaneceu 39h anepático, realizando
monitorização neurológica (não invasiva de pressão intracraniana, acompanhamento
ultrassonográfico) e hemodinâmica com auxilio do cateter de artéria pulmonar. Associado também
sistema artificial de suporte hepático através de diálise de albumina de passagem única (SPAD) por
duas sessões até chegada de novo enxerto em 24 de maio. Paciente retransplantado com sucesso,
boa progressão em pós operatório, tratamento de complicações infecciosas e boa função hepática
com alta da unidade de cuidados críticos após 40 dias.
A sobrevivência livre de complicações durante a fase anepática é um desafio para o intensivista.
Neste caso, o êxito dos cuidados em fase crítica ressalta que podem existir alternativas viáveis para
melhora do prognóstico da condição

Área

Suporte Perioperatório, Transplante e Trauma

Autores

Laryane Thayná Silva, Marianna Cavalcanti Pontes, Maycon Rocha Terzella