Dados do Trabalho

Título

Cetoacidose diabética por uso de inibidor do Cotransportador de Sódio-Glicose 2 (iSGLT2)

Descrição do caso

A cetoacidose diabética (CAD) é tida como uma das grandes complicações metabólicas agudas da Diabetes Mellitus, pois apesar de prevenível, representa grande risco se não identificada precocemente. Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, 50 anos, portador de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e uso contínuo de Empagliflozina e Benzoato de Aligliptina + Cloridrato de Pioglitazona, encaminhado do pronto socorro pelo quadro de cetoacidose diabética. Paciente se apresentou estável hemodinamicamente, taquicárdico, taquipneico, pressão arterial sistólica de 137/77, temperatura de 35,7° C e exame físico geral sem alterações. A gasometria arterial de entrada expôs pH de 6,87, pCO2 de 7 mmHg, cálcio iônico de 0,92 mmHg e HCO3 não calculado por apresentar níveis menores que 3 mmol/L, além da glicose de 340 mg/dL. O exame de urina tipo 1 mostrou presença de corpos cetônicos (+), mas ausência de glicosúria, hemoglobinúria, bacteriúria e alteração em número de leucócitos. A partir das investigações, foram excluídos focos infecciosos e outros fatores predisponentes para desenvolvimento do quadro. Apesar da grande efetividade metabólica e cardio/renoprotetor, a utilização dos inibidores do Cotransportador de Sódio-Glicose 2 (iSGLT2) têm sido associadas ao maior risco de desenvolvimento da CAD, por gerar um importante desbalanço dos níveis entre insulina circulante e hormônios contrarreguladores, com consequente produção de corpos cetônicos. Ainda que o paciente do caso tenha apresentado a tríade bioquímica típica, é importante lembrar que CAD por iSGLT2 pode se manifestar com ausência da hiperglicemia característica (quadro euglicêmico), dificultando seu diagnóstico e prognóstico clínico.