Dados do Trabalho

Título

INFEÇÕES RELACIONADAS A ASSISTÊNCIA EM SAÚDE – HÁ ALTERAÇÃO DO PROGNÓSTICO?

Objetivo

Verificar a incidência de infeções relacionadas a assistência em saúde (IRAS) em uma população de pacientes críticos, avaliar associações de variáveis demográficas e biomédicas com a presença de IRAS e comparar o prognóstico de pacientes acometidos ou não por estas.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados no CTI do HUGG de março/2022 a julho/2024. Coletamos dados demográficos e de importância clínica e a amostra foi separada em 2 grupos, de acordo com a presença (G.I) ou não de IRAS (G.II). Utilizou-se o Teste do Qui-quadrado de Pearson para comparar variáveis categóricas e o de Mann-Whitney para variáveis numéricas entre os grupos.

Resultados

Incluímos 737 pacientes, sendo 38 com IRAS. A idade foi semelhante entre os grupos, bem como a distribuição entre os gêneros. O G.I mostrou maior frequência de portadores do HIV (26,3 x 9,4% p=0,004) e maior frequência de sepse (18,4 x 6,9% p=0,018), choque (21,1 x 5,3% p=0,001), insuficiência renal aguda (36,8 x 6,3% p=0,0001), necessidade de ventilação mecânica invasiva (78,9 x 24,9% p=0,0001), necessidade de uso de aminas (78,9 x 33,0% p=0,0001), maior tempo de internação em CTI (38,6±50,5 x 8,2±14,1 dias p=0,001), maiores valores de SAPS3 (68,8±17,7 x 52,8±17,9 p=0,001) e maior mortalidade (55,3 x 20,5% p=0,0001).

Conclusão

Nossos pacientes apresentaram incidência de IRAS compatível com estudos anteriores. Portadores do HIV estão sob maior risco de desenvolver IRAS e a presença destas relacionou-se a maior ocorrência de sepse, choque, insuficiência renal aguda, necessidade de ventilação mecânica invasiva e uso de aminas, maior tempo de internação e mortalidade.