Dados do Trabalho

Título

FIBRILAÇÃO ATRIAL CRÔNICA (FAC) PIORA O PROGNÓSTICO EM TERAPIA INTENSIVA?

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre pacientes portadores ou não de FAC internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados no CTI HUGG de março/2022 a julho/2024. Utilizou-se o Teste do Qui-quadrado de Pearson para comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para as numéricas entre os grupos (G.I = portadores de FAC e G.II = não-portadores de FAC).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 737 pacientes, sendo 24 portadores de FAC (3,3%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 41,7 x 51,6%). A idade foi significativamente maior no G.II (72,4±13,2 x 60,6±15,7 anos p=0,0001). Em relação a comorbidades, observamos que insuficiência cardíaca crônica (ICC) mostrou diferença significativa entre os grupos (45,8 x 6,3% p = 0,0001), assim como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (16,7 x 4,1% p=0,019) e obesidade (29,2 x 4,9% p=0,0001). O G.I apresentou maior frequência de delirium durante a internação (6,0 x 31,3% p=0,003). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, pneumonia associada a ventilação mecânica, tempo de internação em CTI, SAPS3 e mortalidade (22,4 x 16,7% p=0,624).

Conclusão

Observamos que o grupo de pacientes com FAC tinha idade maior, além de maior prevalência de ICC, DPOC e obesidade. Mesmo o grupo de portadores de FAC apresentando maior frequência de delirium, não houve diferença significativa da morbi-mortalidade entre os grupos.