Dados do Trabalho


Título

TABAGISMO IMPLICA EM MAIOR MORBIMORTALIDADE EM TERAPIA INTENSIVA?

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre tabagistas e não-tabagistas internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados em nosso CTI de março de 2022 a julho de 2023. Utilizou-se o Teste do Qui-quadrado de Pearson na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = tabagistas e G.II = não-tabagistas).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 737 pacientes, sendo 136 tabagistas (18,5%). No G.I havia mais homens (58,8 x 46,4% p=0,01) e a idade foi significativamente maior (65,2±11,3 x 60,0±16,5 anos p=0,0001). Em relação a comorbidades, observamos que doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,9 x 52,6% p=0,003) foram significativamente mais prevalentes no grupo de tabagistas. Observamos maior ocorrência de delirium no G.I (11,8 x 5,0% p=0,006). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, pneumonia associada a ventilação mecânica, tempo de internação em CTI (11,5±24,2 x 9,4±17,8 dias), SAPS3 (53,6±15,4 x 53,7±18,8) e mortalidade (24,3 x 21,8%).

Conclusão

Observamos somente diferenças epidemiológicas em relação a prevalência de DPOC e HAS. Embora tabagistas tenham apresentado maior ocorrência de delirium durante a internação, não houve diferença relacionada a morbi-mortalidade entre os grupos.

Área

Epidemiologia

Autores

AUREO CARMO FILHO, ELBA PAIXAO RODRIGUES CARAMURU SENA, ELEONORA BESSA WILLECKE, THIFANNY TEIXEIRA GONÇALVES AZEVEDO, MARIA EDUARDA MORGADO MUNIZ NOGUEIRA, CINDY MARTINS SCIO BRANDÃO, MARIA FERNANDA ZACCUR MACHADO BRANDÃO, VICTOR WALLACE DOMINGUES MENEZES