Dados do Trabalho

Título

HIV NO CTI: O PROGNÓSTICO É REALMENTE PIOR?

Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico e a morbi-mortalidade de pessoas que vivem com HIV (PVHIV) internados em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) e comparar estes dados com os de uma população do mesmo local e mesma época, não portadoras do HIV.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados no CTI do HUGG de março/22 a julho/24. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Qui-quadrado de Pearson para variáveis numéricas entre os grupos (G.I = PVHIV e G.II = não-portadores do HIV).

Resultados

Analisamos 737 pacientes, sendo 76 PVHIV (10,3%). A idade do G.I foi menor (47,9±15,3 x 62,5±15,2 anos p=0,0001), assim como a prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) (22,4x59,0% p=0,0001), diabetes mellitus (15,8x29,3% p=0,015), doença arterial coronariana (DAC) (0x6,2% p=0,016) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (0x5,0% p=0,04), além de maior prevalência de doença renal crônica (14,5x7,6% p=0,044). O G.I apresentou maior frequência de ventilação mecânica invasiva (VM) (63,2x23,6% p=0,0001), infeções relacionadas a assistência em saúde (IRAS) (13,2x4,2% p=0,003), insuficiência renal aguda (IRA) (27,6x5,6% p=0,0001), choque (11,8x5,4% p=0,04), maiores valores no escore SAPS3 (71,2±17,5 x 51,6±17,2 p=0,0001), maior tempo de internação no CTI (20,2±43,1 x 8,6±13,5 dias p=0,024) e maior mortalidade (44,7x19,7% p=0,0001).

Conclusão

O grupo de PVHIV mostrou idade menor, maior prevalência de DRC e menor prevalência de HAS, DM, DAC e DPOC. Este grupo apresentou maior frequência de complicações durante a internação em terapia intensiva (VM, IRAS, IRA e choque), maiores valores do escore SAPS3, maior tempo de internação no CTI e mortalidade.