Dados do Trabalho

Título

Comparação entre Unidades de Terapia Intensiva de hospitais do SUS e não SUS acerca da prioridade da admissão conforme a Resolução do Conselho Federal de Medicina N° 2.156/2016 e relação com a taxa de ocupação no período

Objetivo

Comparar hospitais SUS e não SUS (N-SUS) quanto à prioridade da admissão conforme a Resolução CFM N° 2.156/2016, e relacioná-la com a taxa de ocupação do período.

Métodos

Estudo transversal constituído por dados de admissão na UTI extraídos de uma coorte com ≥18 anos, admitidos em UTIs de 5 hospitais de Curitiba-Paraná (68 leitos SUS e 60 N-SUS), entre 01/05/2023 e 31/04/2024. Foram excluídos dados incompletos, sem registro de idade ou de prioridade na admissão e pacientes advindos de outras UTIs. A prioridade foi classificada pelo intensivista na admissão da UTI em 5 níveis (P1 a P5), conforme a Resolução do CFM N° 2.156/2016.

Resultados

Foram analisados 8114 pacientes, destes 3306 (40,7%) pacientes em leito SUS e 4808 (59,3%) N-SUS. Quando comparados N-SUS vs. SUS, há uma proporção significativamente maior de pacientes internados em P1 (SUS:62% vs. N-SUS:44,6%) e, menor em P2 (SUS:31,7% vs. N-SUS:44,8%), P3 (SUS:5,3% vs. N-SUS:7,5%) e P4 (SUS:0,7% vs. N-SUS:2,8%). Sem diferença em P5 (SUS:0,3% vs. N-SUS:0,3%). A mediana (Q1-Q3) da taxa de ocupação foi: SUS 85% (78-91%) vs. N-SUS:73% (62-86%). Sem diferença significativa nas medianas dos grupos de prioridade SUS [P1:84%(77-91%); P2:85%(79-82%); P3:83%(77-91%); P4:80%(76-93%); P5:89%(79-91%)]. Porém, com diferença significativa no N-SUS de P1 [77%(68-87%)], com P2[69%(59-82%)]; P3 [71%(58-76%]; e P4 [71%(62-77%)].

Conclusão

Em hospitais SUS e com maior taxa de ocupação, observa-se maior proporção de pacientes P1, quando comparado a hospitais N-SUS. Já em cenário com menores taxas de ocupação, observa-se maior proporção de admissões com prioridade menos preconizada pela Resolução CFM N° 2.156/2016.