Dados do Trabalho
Título
Escala Clínica de fragilidade associada ao tempo de permanência na UTI
Objetivo
Avaliar o potencial explicativo da escala de fragilidade clínica (EFC) no tempo de permanência na UTI.
Métodos
Estudo de Coorte Retrospectivo de maiores de 18 anos internados em UTIs de 5 hospitais de Curitiba, entre 01/05/23 a 31/04/24. Foram excluídos registros incompletos. A ECF (9 níveis – mais alto pior) foi avaliada como preditora de maior tempo de permanência na UTI por modelos lineares generalizados com distribuição log-linear de Poisson simples e múltiplos para a amostra total e para o subgrupo que evolui com alta por melhora clínica.
Resultados
Dos 8797 registrados no período, foram analisados dados de 8041 pacientes com idade média 66±17,3 anos, sendo 51,4% mulheres e 61% internamentos clínicos. A mediana da EFC foi de 3 com intervalo interquartílico de 3 a 5 e do tempo de permanência foi de 2 (1-4) dias. 88,5% (n=7114) sobreviveram ao internamento. Maior pontuação na EFC é preditora de maior tempo de permanência na UTI (expB 1,171 [1,132–1,211]; p<0,001) mesmo quando ajustado por idade, sexo, comorbidades (diabetes mellitus, hipertensão essencial, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e neoplasias), AVE e infarto prévios, tipo de internamento, uso de droga vasoativa ou ventilação mecânica na admissão, nível de limitação de suporte terapêutico na admissão e escore SOFA em 24 horas. Esta mesma associação foi observada quando avaliado apenas o subgrupo de sobreviventes da UTI (expB 1,072 [1,009–1,149]; p=0,048).
Conclusão
O status de fragilidade prévio à UTI é capaz de predizer o tempo de permanência, independentemente das comorbidades e características da doença aguda.
Área
Epidemiologia
Autores
Isabela Oldoni, Fernanda Borba Ferreira, Amanda Christina Kozesinski-Nakatani, Rafael Alexandre de Oliveira Deucher, Letícia Lopes Ferraz, Marcelo Martins Junior, Rafaella Stradiotto Bernardelli, Álvaro Réa-Neto