Dados do Trabalho

Título

Avaliação dos Desfechos de Saúde Física, Psicológica, Cognitiva e Fragilidade em Pacientes 90 Dias Após Alta da UTI: Uma coorte prospectiva

Objetivo

Avaliar a variação da qualidade de vida, cognição, fragilidade, ansiedade e depressão avaliadas na admissão da UTI, alta, 30 e 90 dias após a alta da UTI.

Métodos

Coorte prospectiva realizada entre 05/02/2024 e 18/07/2024 em 5 UTIs de Curitiba-PR. Foram incluídos pacientes ≥18 anos com permanência mínima de 48 horas, excluindo aqueles com cirurgia eletiva, prognóstico ≤12 meses ou internação recente. As escalas WHOQOL-Bref, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, Escala Clínica de Fragilidade e SPMSQ foram aplicadas presencialmente ou por telefone nos retornos. Dados epidemiológicos e do internamento foram obtidos do prontuário eletrônico.

Resultados

Foram avaliados 454 pacientes, dos quais 103 foram incluídos. A média de idade na admissão foi de 63,9±14,2 anos, com predominância masculina (66%), a maioria dos internamentos clínicos (65%) e financiados pelo SUS (79,6%). Dos 96 pacientes vivos na alta, 52 participaram do retorno no 90º dia e 28 ainda estavam em janela de retorno quando os dados foram extraídos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na qualidade de vida, cognição, ansiedade, depressão e fragilidade entre a admissão, alta, 30 dias e 90 dias após a alta da UTI. A escala clínica de fragilidade evidenciou que os pacientes apresentam piora na fragilidade 30 dias após a alta, comparado à admissão (Mediana [1º-3º quartil] Admissão 3[2-4] vs 30 dias 4[3-5]; p<0,001).

Conclusão

Após a alta da UTI, pacientes críticos apresentam uma piora na fragilidade nos primeiros 30 dias, embora não haja variação significativa na qualidade de vida, cognição, ou nos sintomas de ansiedade e depressão.