Dados do Trabalho

Título

ECMO para Hipertensão Pulmonar: 6 configurações para uma paciente

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 24 anos, sem comorbidades conhecidas, identifica comunicação interatrial e hipertensão pulmonar em ecocardiografia realizada durante a gestação. É então referenciada a hospital terciário, internando com 20 semanas de idade gestacional. Complementada investigação com cateterismo direito, evidenciando uma PSAP de 88 mmHg e Qp/Qs 1,8, com defeito septal de cerca de 3 cm. Procede-se à interrupção de gestação com 30 semanas via parto cesáreo, com evolução favorável nos primeiros dias pós-operatórios. No quarto dia, evolui com hipoxemia e instabilidade hemodinâmica refratárias, demandando intubação orotraqueal seguida de canulação para ECMO-VA periférico fêmoro-femoral. Após 3 horas, apresenta síndrome de Arlequim (Norte-Sul), sendo alterada a configuração para ECMO-VAV. Paciente evoluiu com melhora hemodinâmica nas 48 horas seguintes, mantendo, entretanto, hipoxemia profunda. Procede-se nova troca de método para ECMO-VV fêmoro-jugular após 2 dias. Por persistência de hipoxemia e falha no desmame ventilatório, foi inserida uma segunda cânula de drenagem jugular e realizada conversão para ECMO-VVA com cânula aórtica de inserção central, resultando em sucesso de extubação e reabilitação motora. Em virtude de falha no controle da HP, a despeito de otimização terapêutica com vasodilatadores sistêmicos e inalatórios, indica-se transplante pulmonar bilateral com fechamento de CIA concomitante. No transplante, intercorre com choque hemorrágico e séptico, demandando nova troca de configuração para ECMO-VA central. Paciente apresentou melhora hemodinâmica após intervenções cirúrgicas e suporte instituído, evoluindo com consequente retorno para ECMO-VV. No décimo-nono dia pós-transplante, evolui com choque séptico refratário e consequente óbito.