Dados do Trabalho

Título

Fatores relevantes associados à óbito em pacientes críticos: como podemos implementar melhorias nos cuidados em Terapia Intensiva

Objetivo

Avaliar fatores preditores de óbito em um centro de terapia intensiva em um hospital público terciário do Brasil.

Métodos

Foram coletados dados observacionais e prospectivos diariamente em um centro de terapia intensiva (CTI) em um hospital público terciário de forma a avaliar fatores preditores de óbito.

Resultados

Foram incluídos 71 pacientes com mediana de 52 anos com intervalo interquartil (IIQ) (41,61), sendo 77% do sexo feminino. O tempo total de internamento em dias no CTI teve mediana de 5 com IQQ(4,10), óbitos mediana de 12 com IQQ(7,28) e não óbitos mediana de 5 com IQQ(4,8) e p=0.012. Dentre os 71 pacientes, 37 (52%) apresentaram sepse. Nos óbitos, a sepse esteve em 8 (100%) e nos sobreviventes em 29 (46%) com p=0,005. A ventilação mecânica (VM) foi iniciada em 29 (41%) pacientes, sendo 7 nos óbitos (88%) e 22 nos sobreviventes (35%) com p=0.007). Terapia Renal Substitutiva (TRS) foi realizada em 13 (20%) dos pacientes, 7 (88%) nos óbitos e 6 (10%) nos sobreviventes com p=0.007. Injúria Renal Aguda (IRA) foi mais prevalente nos óbitos (100% vs 52%; p=0.016), bem como creatinina na admissão mais alta nos óbitos (2.25mg/dL vs 0.9mg/dL)IQQ (1.33, 4.25) e p=0.002.

Conclusão

Pacientes críticos podem apresentar fatores preditores de óbito: maior tempo de internamento no CTI, necessidade de TRS, VM e creatinina na admissão, sugerindo manejo mais precoce de IRA, insuficiência respiratória e sepse antes da admissão no CTI, considerando que esses fatores podem impactar em desfechos desfavoráveis e serem indicadores para elaboração de protocolos de manejo multidisciplinar precoce.