Dados do Trabalho

Título

Dengue complicada com Síndrome de Guillain-Barré: um relato de caso.

Descrição do caso

A dengue é uma arbovirose endêmica no Brasil com espectro clinico amplo, podendo manifestar-se como febre, cefaleia, mialgia, até complicações graves e óbito. A incidência de sintomas neurológicos e complicações na dengue varia de 1 a 25%, e inclui a síndrome de Guillain–Barré (SGB). A SGB é uma polirradiculoneurite imunomediada, manifesta-se como paralisia flácida ascendente, arreflexia, hipoestesia e dissociação albuminocitológica no líquor. Relatamos caso de Dengue complicada com SGB. Trata-se de paciente do sexo masculino, 58 anos, portador de HAS e nefrectomia parcial há 20 anos. Admitido no departamento de emergência devido hipotensão postural, disgeusia e parestesia em MMII há 02 dias, com histórico de febre, mialgia e diagnóstico laboratorial de Dengue há 8 dias. Admitido em leito de UTI, avaliado pela Neurologia no segundo dia de internação devido tetraparesia, hipoestesia distal e arreflexia. Diagnosticado SGB e iniciada Imunoglobulina humana (IGIV) a 0,4 mg/kg/dia por 05 dias. LCR com 0 células/mm³, proteínas 122 mg/dL. No terceiro dia de IGIV, apresentou disfagia grave, disparesia facial, estrabismo convergente, tetraparesia flácida, progressão de arreflexia, reflexo tosse débil e taquidispneia. Submetido a intubação orotraqueal devido insuficiência respiratória. Ao longo da internação, apresentou disautonomia e complicações infecciosas. Submetido a traqueostomia. Em D13 de IGIV, paciente com melhora discreta. Permaneceu em internação prolongada para reabilitação. Recebeu alta hospitalar 65 dias após a admissão, sem dispositivos invasivos, deglutição funcional, deambulando com apoio, em uso de moduladores da dor, estrábico. Em consulta de seguimento após 04 meses, paciente deambulando sem apoio, mantendo dor crônica, em reabilitação ortóptica.