Dados do Trabalho

Título

Avaliação de esquemas antimicrobianos para infecções respiratórias por Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB) em pacientes com Covid-19 internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Objetivo

Este estudo investigou o efeito de diferentes esquemas antimicrobianos em pacientes críticos com Covid-19 e co-infecções em trato respiratório por CRAB.

Métodos

Foi realizado um estudo de coorte observacional retrospectivo. O desfecho primário foi mortalidade em 28 dias. Os regimes e estratégias antimicrobianos foram analisados por meio de modelos de regressão logística.

Resultados

Dos 74 pacientes avaliados, um total de 25 indivíduos (33,8%) morreram em 28 dias. Em relação à terapia antimicrobiana, o uso de pelo menos um antimicrobiano ativo in vitro ocorreu nos primeiros três dias da infecção em 33 pacientes (44,6%), e nos primeiros seis dias, em 35 pacientes (47,3%). A maioria dos regimes antimicrobianos continha polimixina (55,4%), seguida por tigeciclina (45,9%), aminoglicosídeos (28,4%) e ampicilina-sulbactam (17,6%). Após o ajuste, nem os agentes específicos nem o uso de um ou a combinação de dois ou mais medicamentos ativos in vitro se associaram à mortalidade em 28 dias. Embora não estatisticamente significativo, os regimes contendo ampicilina-sulbactam e tigeciclina resultaram em um maior número de dias vivos e livres de ventilação mecânica.

Conclusão

Não houve associação significativa entre qualquer regime terapêutico ou estratégia para tratar infecção respiratória por CRAB em pacientes com Covid-19 gravemente enfermos e alteração de desfecho. Embora não estatisticamente significativo, os pacientes tratados com tigeciclina e, particularmente, com esquemas contendo ampicilina-sulbactam apresentaram maior número de dias vivos e livres de ventilação mecânica. A utilidade desses agentes isoladamente ou em combinação com outros medicamentos deve ser avaliada em ensaios clínicos.