Dados do Trabalho

Título

Hipertensão intracraniana idiopática na pediatria: Um relato de caso

Descrição do caso

C. S. S, 12 anos, previamente hígida, apresentou cefaleia persistente há 2 meses, refratária a analgésicos, acompanhada de vômitos. Não apresentava febre, alterações visuais ou do nível de consciência. Iniciou tratamento para enxaqueca com propranolol, sem melhora, sendo internada na unidade de terapia intensiva. Realizado tomografia computadorizada, angio ressonância magnética e ressonância magnética de crânio normais. Realizada coleta de líquor com manometria, evidenciado elevação da pressão inicial, de 43cmH2O, e após drenagem, final de 23cmH2O. A análise liquórica não apresentava alterações, incluindo culturas e pesquisa para fungos. Avaliação da oftalmologia constatou papiledema bilateral. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas, suspenso propranolol, recebeu alta com acetazolamida e em acompanhamento com a neurologia. Após 1 mês evoluiu com retorno dos sintomas, constatado acidose metabólica, suspenso acetazolamida. Realizada nova punção lombar com constatação de elevação da pressão liquórica e realizada drenagem com coleta de exames, assim como novos exames de imagem que mantiveram sem alterações significativas. Evoluiu com melhora e recebeu alta com acompanhamento neurológico e neurocirúrgico. A hipertensão intracraniana idiopática é rara, mais comum em mulheres adultas, é caracterizada por aumento da pressão intracraniana sem alterações em exames de imagem e análise do líquor. A etiologia é desconhecida, porém pode estar relacionada a obstrução da drenagem venosa cerebral. Apresenta-se com cefaleia, vômitos, papiledema, perda de acuidade visual. O diagnóstico é de exclusão. Em alguns casos foi observado resolução espontânea. No tratamento farmacológico pode-se utilizar acetazolamida ou topiramato e em casos refratários pode ter indicação cirúrgica.