Dados do Trabalho

Título

Detecção ágil da hipertensão intracraniana por pupilometria em paciente imunocompetente com meningoencefalite criptocócica

Descrição do caso

Introdução: A evolução da meningoencefalite criptocócica complica em 50% dos casos com hipertensão intracraniana e apresenta mortalidade entre 20 a 60%. Na hipertensão intracraniana (HIC) aguda, o pupilômetro automático confirma essa situação de forma objetiva e ágil. Descrição do caso: Paciente interna com dor abdominal, tremores, síncope e desvio da comissura labial, evoluindo para rebaixamento do nível de consciência e anisocoria em 24 horas. Feita punção liquórica diagnóstica para cryptococcus neoformans e terapêutica pela hidrocefalia. Foi tratado com anfotericina B lipossomal e flucitosina. Também colocada derivação ventricular externa (DVE) e a seguir encontrado Staphylococcus epidermidis no líquor, sendo administrada linezolida. Apresentou rebaixamento da consciência em 7 dias, necessitando intubação orotraqueal. Em poucas horas evoluiu com midríase unilateral, confirmada por pupilometria. Iniciadas medidas para HIC. Na imagem de controle apresentava importante edema e hidrocefalia a despeito da DVE que foi substituída devido à obstrução por coágulos, mas, em menos de 12 horas, evoluiu para morte encefálica. Comentários: A meningoencefalite por cryptococcus neoformans em imunocompetente é rara. Cerca de metade das neurocriptococose evoluem com HIC. Nesse caso ocorreu HIC por hidrocefalia obstrutiva por grumos no trajeto da DVE. Mesmo que detectada agilmente e manejada prontamente com medidas clínicas seguidas de intervenção com novo sistema de drenagem, o paciente evoluiu com morte encefálica. Pela mortalidade chegar a taxas de 60% nesses casos é imperativo o acompanhamento rigoroso neurointensivo de atenção na vigilância do paciente em coma para complicações como HIC. A pupilometria ajuda a antecipar essa complicação.