Dados do Trabalho
Título
ECMO de Longa Duração em COVID-19: Relato de Caso de 120 Dias em Suporte Extracorpóreo
Descrição do caso
Paciente negro de 33 anos sem comorbidades, IMC de 24, infectado por COVID-19, variante delta. Admitido no Hospital na pandemia , evoluindo em 9 dias do início dos sintomas para quadro respiratório grave, sendo necessária ida ao CTI. Tentado CNAF, VNI sem sucesso, sendo entubado após 8 dias de internação na UTI. Apesar de pronação e manutenção de ventilação protetora durante todo o período, evoluiu em 48h com piora de mecânica ventilatória. Após mais de 6h com p/F de 62 e complacência estática de 26, foi indicado ECMO VV.
Canulação sem intercorrências, iniciado ECMO que foi retirado com sucesso após 120 dias da canulação. Paciente foi de alta para casa, sem suporte de oxigênio após 173 dias de internação em UTI e 252 dias de internação hospitalar, lúcido. Após 6 meses de reabilitação em casa, paciente retornou para o trabalho.
O caso está bem documentado com dados referentes a condução do ECMO, exames de imagem, laboratoriais e microbiológicos.
Diversos dilemas e complicações envolveram o caso desde as complicações inerentes a um ECMO prolongado, abordando várias nuances em relação a este tipo de paciente incomum nas UTIs brasileiras. Complicações infecciosas, mecânicas e hemorrágicas ocorreram e ilustram como a condução atenta é necessária para este tipo de paciente. Dilemas éticos com discussão de cuidado paliativo, suspensão de suporte, referência para transplante pulmonar, decisão de retirada do dispositivo e planos de contingência ilustram o caso de forma rica.
A reavaliação do paciente pós ECMO também é destaque após 3 anos da alta.
Área
Insuficiência respiratória e ventilação mecânica
Autores
Felipe Henriques Alves da Silva, Renan Xavier de Oliveira, Rodrigo Marques Hatum, Emmanuel FELIPE Salgueiro, Bruno Macedo Fernandes, Victor de Souza Cravo