Dados do Trabalho

Título

Relato de Caso: Síndrome do choque tóxico por Staphylococcus aureus resistente em paciente pediátrico

Descrição do caso

A Síndrome do choque tóxico (SCT) foi descrita pela primeira vez em pediatria em 1978. Caracterizada por febre, erupção cutânea, hipotensão e evolução rápida para falência de múltiplos órgãos. É bem estabelecida a causalidade com a resposta inflamatória imunológica sistêmica desencadeada por toxinas estafilocócicas ou estreptocócicas. Os sintomas são comuns em patologias na faixa etária pediátrica e como consequência o diagnóstico e tratamento podem ser tardios. Além disso, apresenta mortalidade em crianças de 3-5%.Paciente de 9 anos vítima de trauma com fratura metafisária da ulna esquerda evoluiu com abcesso no local da fratura, sendo internado em unidade de terapia intensiva pediátrica devido a quadro de choque tóxico. Paciente apresentou disseminação hematogênica, sendo evidenciado cistos pulmonares, abcesso renal, endocardite com derrame pericárdico. Paciente fez uso de imunoglobulina e antibioticoterapia inicialmente com vancomicina, clindamicina e oxacilina. Fez uso por cinco dias de clindamicina e suspenso oxacilina, após hemocultura com crescimento de Staphylococcus aureus resistente a oxacilina e mantido vancomicina. Ademais, criança foi submetida a drenagem do abcesso do membro superior e do derrame pericárdico. Evoluiu com melhora progressiva, sendo suspenso antibioticoterapia após 4 semanas e 2 hemoculturas negativas. Contudo, paciente apresentou novos picos febris e vômitos, sendo diagnosticado com abcesso cerebral. Assim, realizado drenagem do abcesso e reiniciado antibioticoterapia. Sem outras intercorrências recebeu alta hospitalar com encaminhamento para infectologia e imunologia pediátricas.
Diante da gravidade e mortalidade, é necessário estudo e conhecimento em terapia intensiva pediátrica para que manejo e diagnóstico sejam realizados de maneira adequada resultando em melhores desfechos.