Dados do Trabalho

Título

Realidade Virtual no manejo de difunções psiquiátricas relacionadas à Síndrome Pós-Cuidados Intensivos (PICS): uma revisão sistemática e meta-análise

Objetivo

Sequelas psiquiátricas, como Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e Depressão, manifestadas por pacientes de unidades de terapia intensiva (UTI), após a alta hospitalar, são comuns e configuram parte da clínica da Síndrome Pós-Cuidados Intensivos (PICS), afetando drasticamente sua qualidade de vida. A realidade virtual (RV) tem mostrado efeitos benéficos em vários transtornos psicológicos, enquanto tratamento adjunto. Este estudo visa a explorar a eficácia da RV no manejo das disfunções psiquiátricas da PICS.

Métodos

Realizou-se uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados (ECR) publicados na Medline, Cochrane e EMBASE até agosto de 2024. Os desfechos analisados foram TEPT e depressão, medidos pela escalas de Impacto de Eventos Revisada (IESR), Depressão e Ansiedade hospitalar (HADS) e Inventário Beck de Depressão (BDI). Na estatística utilizou-se o Review Manager Software (v5.4) e, para combinar os resultados, o modelo de efeito fixo e a diferença média padronizada (SMD).

Resultados

Três ECR foram incluídos, com um total de 143 pacientes, internados por COVID, choque séptico, sepse ou em ventilação mecânica, entre 26 e 85 anos. 50,34% deles foram submetidos à RV, numa frequência de até 7 dias e duração de até 20 minutos cada. Comparado ao controle (tratamento convencional), o grupo intervenção (RV) mostrou uma melhora estatisticamente significativa no TEPT (SMD -0.58, CI 95% -0.93 a -0.24, p=0.0008), mas não na depressão (SMD -0.23, CI -0.57 a 0.10, p =0.17). Não houve efeitos colaterais importantes.

Conclusão

A RV é uma modalidade segura que pode melhorar o TEPT em pacientes com PICS. Contudo, estudos maiores devem ser realizados.