Dados do Trabalho

Título

O impacto da pandemia do covid-19 na internação hospitalar e óbitos por cirurgias eletivas no Brasil.

Objetivo

Analisar o padrão dos internamentos e óbitos por cirurgias eletivas no Brasil no período de 6 anos (2018-2023): pré-pandemia COVID-19, durante e após.

Métodos

Estudo observacional, retrospectivo, ecológico, com a utilização de dados secundários de domínio público, advindos do TabNet-DATASUS. Incluíram-se pacientes de qualquer sexo e idade, internados no Brasil por cirurgias eletivas e óbitos na internação, durante o período de 2018 a 2023. Excluíram-se dados incompletos. Variável utilizada: subgrupo do procedimento. Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos, descritivamente.

Resultados

No Brasil, de 2018 a 2023, existiram 11.434.481 internações por cirurgias eletivas, destes, 55.379 óbitos. Em 2023, houve maior número de internações (2.630.529) e óbitos (10.097), e 2020, o menor – 1.247.849 e 8.047, respectivamente. Quanto aos internamentos, houve um decréscimo do período pré-pandêmico (2018-2019) para o durante (2020-2021) de quase 1.500.000. Pós-pandemia (2022-2023), os internamentos ascenderam em 2.192.605. Os óbitos mantiveram números semelhantes pré e durante pandemia, por volta de 17.000, passando para 20.501 em 2022-2023. As cirurgias eletivas do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal ocuparam o maior percentual de internações (22,2%) entre os 11 subgrupos de procedimento, (cirurgias torácicas, genitourinárias, obstétricas, entre outras) enquanto as cirurgias bucomaxilofaciais ocuparam a minoria (0,4%).

Conclusão

Conclui-se então que a pandemia Covid-19 teve impacto significativo no internamento e óbitos secundários a cirurgias eletivas, certamente devido a despriorização desses procedimentos frente a emergência de saúde pública no país, o que levou ao represamento dessas abordagens e possível aumento da gravidade dos quadros, consequentemente elevando o número de óbitos.