Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia do transplante de órgãos, tecidos e células e da mortalidade do pós procedimento realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre 2011 e 2023.

Objetivo

Avaliar a distribuição regional e a mortalidade relacionada a transplantes de órgãos, tecidos e células, financiados pelo SUS em 13 anos.

Métodos

Estudo ecológico de série temporal sobre transplantes de órgãos, tecidos e células realizados no Brasil, financiados com recursos públicos, entre 2011 e 2023. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde e tabulados no Excel.

Resultados

Foram registrados 869.475 transplantes, sendo 53,10% realizados no Sudeste e, em menor quantidade, 1,36% no Norte. A média nacional foi de 66.883 cirurgias/ano, com variação de +59,95% até 2023, ano com o maior número de procedimentos (80.040). Constatou-se que 43,34% dos pacientes apresentaram intercorrências. O Sudeste registrou mais complicações (57,40%) e o Norte foi responsável por 0,87%. Em relação aos dias de permanência dos pacientes internados, observou-se que o grupo com intercorrências, permaneceu hospitalizado pelo dobro (211,33%) do período daqueles sem complicações. Ocorreram 16.341 óbitos, com taxa de mortalidade (TM) total de 1,8 óbitos a cada 100 procedimentos, com redução de 28,76% entre 2011 (2,26) e 2023 (1,61). A maior TM por região foi do Sul (2,14), que em 2021 apresentou a taxa mais alta registrada (3,00). Os óbitos de pacientes com intercorrências, corresponderam a 66,01% e a TM (2,62) foi 39,36% superior a taxa total, sendo que o Norte apresentou significativa variação (+177%) da TM em pacientes com intercorrência (2,50), quando comparada a com a TM total (0,9).

Conclusão

Observa-se a existência de desigualdades regionais quanto à realização dos transplantes, ao número de intercorrências e à mortalidade.

Área

Suporte Perioperatório, Transplante e Trauma

Autores

Ildete Viana, Yasmin Coelho, Letícia Melo, Maria Alice Nóbrega