Dados do Trabalho
Título
Limitações do protocolo de morte encefálica diante da intoxicação por carbamato: um relato de caso
Descrição do caso
O protocolo de morte encefálica (ME) foi estruturado na Resolução nº2.173 do Conselho Federal de Medicina e tem como objetivo realizar o diagnóstico de morte através de critérios bem definidos. Paciente, K.P.S., 17 anos, vítima de intoxicação por carbamato com síndrome colinérgica e PCR por hipoxemia, encaminhado para unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de referência em tratamento de neurocríticos do interior do estado da Bahia. Evidenciado em tomografia de crânio edema cerebral difuso com hipodensidade global, compatível com lesão hipóxico-isquêmica. A despeito de reversão de demais manifestações colinérgicas paciente manteve miose persistente por três dias, sem demais reflexos de tronco. No quarto dia de internamento evoluiu com midríase fixa sendo realizado protocolo de ME com dois exames clínicos e exame complementar (eletroencefalograma) positivos para ME. Porém, antes de realizar comunicação e entrevista familiar, o paciente voltou a apresentar pupilas mióticas permanecendo assim por quatorze dias, quando, enfim, voltou a apresentar midríase fixa e o protocolo de ME pode ser reiniciado e concluído. O protocolo de ME neste caso teve como limitação a avaliação do reflexo fotomotor pupilar em paciente vítima de intoxicação exógena por carbamato frente à ação do mesmo na placa motora com ligação prolongada ao receptor de acetilcolina, determinando miose persistente de causa periférica limitando a avaliação de resposta neurológica central.
Área
Neurointensivismo
Autores
Ingrid Indira Magalhães , Livia Aras, Elissama Sena, Renata Nunes