Dados do Trabalho


Título

Miocardiopatia periparto: um relato de caso

Descrição do caso

A miocardiopatia periparto tem incidência variando de 1 em 1.300 a 1 em 15.000 gestações, sendo definida por uma disfunção ventricular não isquêmica com fração de ejeção (FE) reduzida, identificada entre o último mês de gestação ou nos cinco primeiros meses pós parto, com desfecho variando de recuperação da função do ventrículo esquerdo (VE) a quadros severos. O diagnóstico é de exclusão e tem etiologia pouco conhecida. O quadro clínico pode ser confundido com queixas presentes durante a gestação, o que retarda seu diagnóstico e o tratamento dependerá do estado gravídico, ou não. Paciente, J.M.D.S., 38 anos, G2P2A0, submetida à parto cesáreo, com histórico de diabetes gestacional, sem outras comorbidades. Três dias após o parto apresentou dispneia súbita com piora em decúbito dorsal associado a edema discreto de membros inferiores, procurou atendimento na maternidade onde foi iniciada anticoagulação pela suspeita de tromboembolismo pulmonar. Admitida na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital público de referência no interior do estado da Bahia mantendo quadro clínico, realizado ecocardiograma transtorácico e identificado dilatação e disfunção sistólica de VE de grau importante, hipertrofia excêntrica de VE, insuficiência mitral discreta, dilatação do átrio esquerdo e FE de 20% pelo método de Teicholz. Iniciado tratamento clínico com medidas para insuficiência cardíaca congestiva de FE reduzida, evoluindo progressivamente com melhora e recebendo alta da UTI após cinco dias da sua admissão. Apesar da sua baixa incidência, a miocardiopatia periparto não deve ser ignorada como possível diagnóstico diante de clínica sugestiva, frente à sua resolutividade após tratamento adequado.

Área

Choque e monitorização hemodinâmica

Autores

Livia Aras, Ingrid Indira Magalhães , Diego Venicio Argolo, Lucio Couto