Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME SEROTONINÉRGICA NA UTI: CRITÉRIOS DE SUSPEITA, MANEJO E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

Objetivo

Descrever a síndrome serotoninérgica (SS) desencadeada pela interação inadvertida de medicamentos, a exemplo dos antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (ISRS), do tramadol e da monoaminoxidase (IMAO), exigindo uma atenção especial na UTI.

Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática que abrangeu as bases de dados PubMed e LILACS em inglês, espanhol e português de 2013 a 2023. Foram utilizados os descritores “serotonin syndrome” and “intensive care”, resultando em 110 artigos identificados. Após a análise, 95 foram descartados com base nos critérios de exclusão, os quais envolviam estudos sem acesso ao texto integral e duplicados.

Resultados

Dos 15 estudos selecionados, observou-se que a maioria dos casos de SS ocorre devido à interação sinérgica entre fármacos, sendo antidepressivos (ISRS; tricíclicos) os principais representantes do uso ambulatorial. Abuso de substâncias psicoativas também é fator de risco importante (LSD; ecstasy; cocaína). Ademais, na UTI, os opióides são frequentemente adicionados à terapia, aumentando o risco de desenvolvimento da SS. Os pacientes podem apresentar a tríade: mudanças do estado mental, hiperatividade autonômica e anormalidades neuromusculares; ou apenas uma ou duas manifestações isoladas. A descontinuação imediata dos medicamentos serotoninérgicos evita a progressão e agravamento do quadro clínico.

Conclusão

O diagnóstico de SS é difícil de realizar devido a condição do paciente crítico, sinais relacionados a outras etiologias e a polifarmácia. Clônus, rigidez muscular e hiperreflexia são os sinais neuromusculares mais encontrados. Ainda há poucos estudos publicados, tornando-se fundamental promover mais pesquisas nesse campo, uma vez que a falha no diagnóstico pode resultar no aumento da morbimortalidade.

Área

Neurointensivismo

Autores

Bruno Pereira Santos, Bruno Mascarenhas Alves, Leandro Anton Azevedo, Lorena Ramalho Galvão