Dados do Trabalho

Título

Trajetórias clínicas de pacientes críticos que receberam alta diretamente de unidades críticas para uma unidade de cuidados pós-agudos no Brasil:uma coorte retrospectiva

Objetivo

Descrever trajetórias clínicas de pacientes que receberam alta diretamente de unidades críticas para uma unidade de cuidados pós-agudos (PACF).

Métodos

Coorte retrospectiva de pacientes transferidos de unidade de terapia intensiva (UTI) ou unidade semi-intensiva (USI) para uma PACF entre julho de 2017 e abril de 2023. O estado funcional foi medido pelo escore da Medida de Independência Funcional.

Resultados

Foram incluídos no estudo 847 pacientes, dos quais 543 (64,1%) foram admitidos em UTI e 304 (35,9%) foram admitidos em USI. 692 (82%) foram internados para reabilitação, enquanto 155 (18%) foram internados para cuidados paliativos. A média de idade foi de 71 anos, os pacientes apresentavam em média 2,6 comorbidades e permaneceram internados no hospital de agudos por 35 dias. O tempo médio de permanência na PACF foi de 36 dias e 389 (45,9%) pacientes tiveram alta hospitalar, 173 (20,4%) foram transferidos para hospital de agudos e 285 (33,6%) faleceram durante a internação, dos quais 263 (92%) tiveram uma ordem de não ressuscitar. Dos pacientes internados para fins de reabilitação, 61 (9,4%) pioraram o estado funcional, 179 (27,6%) não tiveram alteração do estado funcional e 469 (63%) melhoraram o estado funcional durante a internação. Houve diferenças significativas nas características clínicas e nos resultados entre esses grupos de pacientes. Além disso, 234 (33,8%) dos pacientes tiveram modificação dos objetivos do cuidado para cuidados paliativos.

Conclusão

As PACFs podem desempenhar um papel no cuidado de pacientes pós-UTI no Brasil, especialmente para aqueles com doenças mais graves que podem não receber alta diretamente para casa.