Dados do Trabalho

Título

Recém-nascida com laringomalácia submetida a traqueostomia em um serviço de unidade de terapia intensiva neonatal em Alagoas: relato de caso

Descrição do caso

Manejo da via aérea em neonatos é desafiador, especialmente perante fatores complicadores, como menor tempo de apneia, maior grau de dessaturação e alterações das estruturas anatômicas como laringomalácia e traqueomalácia. Evidências têm sugerido o uso da traqueostomia no paciente a termo para limitar os riscos físicos associados às intubações repetidas, bem como diminuir o risco de repercussões neurológicas. Trata-se de um relato de caso de uma recém-nascida a termo com 38 semanas e 02 dias de idade gestacional, admitida apresentando icterícia, zona III de Kramer, com micrognatia, implantação baixa das orelhas, má formação do conduto auditivo, prega epicântica, nariz em sela, hipertelorismo mamário e fenda palatina. Evoluiu com insuficiência respiratória devido à laringomalácia, posteriormente associada a uma parada cardiorespiratória, a qual apresentou reversão espontânea. Realizaram-se múltiplas tentativas de intubação orotraqueal, sem sucesso. Foi implementada a ventilação por pressão positiva contínua de via aérea como medida temporária, e subsequentemente foi realizada uma traqueostomia, com paciente em cateter nasal de alto fluxo, mediante incisão transversa de 3 cm, dissecou-se estruturas submusculares paralelas ao eixo da traqueia e realizando-se a exposição dos anéis traqueais, com posterior incisão em “H” e passagem de fio guia para inserção de cânula de traqueostomia 3FR. Realizou-se testagem do sistema sem intercorrências e por fim fixação com fio de nylon. Foram levantadas hipóteses diagnósticas de Síndrome de Treacher Collins, bem como icterícia tardia por incompatibilidade ABO.