Dados do Trabalho
Título
Meningite no Brasil: uma breve análise do perfil epidemiológico no período de 2019 a 2023
Objetivo
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de meningite durante o período de 2019 a 2023 no Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo analítico descritivo transversal com os dados obtidos através do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), observando o total de casos notificados e internações hospitalares, caráter, etiologia, sorogrupo, evolução e faixa etária entre janeiro de 2019 e maio de 2023.
Resultados
Foram notificados 47.276 casos, sendo que 27.382 são internações e destas 26.424 (95,63%) possuíam caráter de urgência. Destarte, 43,86% possuem etiologia viral e 16,39% bacterianas, enquanto 8.694 não foram especificados. Dentre as meningites bacterianas e causadas pela Neisseria meningitidis, foram identificadas 426 casos pertencentes ao sorogrupo B e 504 pertencentes ao C, sendo que 46.220 (97,76%) foram ignorados. Do total, 4.667 casos evoluíram para óbito, enquanto 34.975 receberam alta hospitalar, entretanto, dos pacientes internados, 2.073 dos casos urgentes foram a óbito. Por fim, observou-se a maior prevalência nos adultos de 20-39 anos (20,16%), seguido por 40-59 anos (17,34%), menores de 1 ano (17,11%) e entre 1-4 anos (16,15%).
Conclusão
Conclui-se que a elevada taxa de internação urgente por meningite caracteriza a relevância do diagnóstico precoce, visto ainda que suas etiologias podem ser variadas, e a taxa de mortalidade são efetivamente altas. Urge, ainda, que haja um maior comprometimento quanto ao preenchimento dos dados da ficha de notificação, a fim de direcionar ações em saúde. Ademais, ressalta-se o alto acometimento infantil, o que suscita ações voltadas a esse público vulnerável.
Área
Epidemiologia
Autores
Bianca Rios Sampaio, Lara Cristina Alves Oliveira da Cruz, Maria Eduarda Ferraz Machado de Araújo, Tainan Gomes Ferreira, Mariana Madalena Ghizi, Ítalo Dias Bonfim