Dados do Trabalho

Título

Monitorização combinada da pressão tissular de oxigênio cerebral e pressão intracraniana versus monitorização isolada de pressão intracraniana em pacientes com TCE grave: uma meta-análise atualizada de ensaios clínicos randomizados

Objetivo

Avaliar segurança e eficácia do manejo guiado pela pressão tissular de oxigênio cerebral (PtiO2) combinado com o manejo guiado pela pressão intracraniana (PIC) em pacientes com trauma cranioencefálico (TCE) grave.

Métodos

Nós buscamos de forma sistemática no PubMed, Embase e Cochrane Central por ECRs comparando monitorização combinada PtiO2 + PIC com monitorização de PIC isolada em pacientes com TCE grave. Os desfechos analisados foram mortalidade em 6 meses, desfecho favorável (GOS ≥ 4 ou GOSE ≥ 5) em 6 meses, complicações pulmonares, complicações cardiovasculares e taxa de sepse.

Resultados

Incluímos na análise 4 ECRs, totalizando 505 pacientes. Monitorização combinada de PtiO2 + PIC foi usada em 241 (47.72%) pacientes. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação a desfecho favorável em 6 meses (RR 1.17; 95% CI 0.95-1.43; p = 0.134; I² = 0%), mortalidade em 6 meses (RR 0.82; 95% CI 0.57-1.18; p = 0.281; I² = 34%), complicações cardiovasculares (RR 1.75; 95% CI 0.86-3.52; p = 0.120; I² = 0%) ou sepse (RR 0.75; 95% CI 0.25-2.22; p = 0.604; I² = 0%). O risco de complicações pulmonares foi significativamente maior no grupo com monitorização combinada PtiO2 + PIC (RR 1.44; 95% CI 1.11-1.87; p = 0.006; I² = 0%).

Conclusão

Nossos achados sugerem que a monitorização combinada PtiO2 + PIC não muda desfechos como mortalidade, recuperação funcional, complicações cardiovasculares ou sepse. Além disso, encontramos um risco maior de complicações pulmonares em pacientes submetidos a monitorização combinada.