Dados do Trabalho

Título

A importância da implementação da rotina de avaliação de delirium na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adoção de intervenções não farmacológicas.

Objetivo

Demonstrar a implementação da rotina de avaliação de delirium, com o intuito de adotar intervenções preventivas e terapêuticas não farmacológicas.

Métodos

Estudo de coorte prospectivo, incluindo pacientes internados consecutivamente na UTI de um hospital público de alta complexidade no município, elegíveis para avaliação de delirium, entre 16 de outubro de 2023 e 20 de março de 2024. Os dados foram coletados inicialmente por um checklist durante as visitas multidisciplinares, verificando as duas avaliações de delirium, e se o CAM-ICU foi positivo. Seguindo a teoria de mudança, foi adotado a obrigatoriedade de registrar o resultado do CAM-ICU na evolução médica do prontuário eletrônico, em ambos os turnos. Posteriormente, os médicos foram capacitados para aplicação correta da ferramenta, utilizando a metodologia TWI. Dados foram coletados desde a admissão até a alta da unidade ou óbito.

Resultados

Um total de 752 pacientes foram internados na UTI durante esse período, sendo realizadas 5.065 avaliações, 2.013 (39,74%) apresentando delirium positivo e 3.052 (60,26%) resultado negativo. Em outubro, o percentual de delirium foi de 44,52%, apresentando diminuição em novembro para 32,75%, interpretado como queda da aderência na avaliação pelos médicos. A partir de dezembro, os valores permaneceram consistentes, registrando 40,23% neste mesmo mês, 42,41% em janeiro, 38,79% em fevereiro e 40,58% março. A mediana durante o período foi de 40,40%.

Conclusão

O estudo demonstrou que a falta de aderência na avaliação de delirium na UTI, leva a uma subnotificação desses quadros. A não diminuição deste percentual, sugere a necessidade de uma maior aderência a outros processos preventivos.